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Os pontos e os meridianos da Acupunctura: uma demonstração científica!

Os meridianos da medicina chinesa existem realmente?

Temos de recuar no tempo alguns milhares de anos para encontrarmos a teoria dos meridianos elaborada com base em conhecimentos empíricos.

Os meridianos correspondem a um sistema complexo de pontos e interligações entre eles sem correspondência directa e equivalente na medicina ocidental, mesmo se em alguns aspectos esses meridianos parecem por vezes corresponder aos sistemas circulatório, linfático, nervoso ou muscular.

A imagem mais comummente usada para ilustrar o que é um meridiano, é aquela em que imaginamos olhar para as margens de um rio, e entre estas "vimos" circular a nossa energia Qi ou Ki. Essas margens formem canais, e esses canais encontram-se em todo o nosso organismo sob a forma de uma extensa rede.

Identificados os canais, sabemos ainda que cada um deles desempenha em nós um papel específico e bem definido nos níveis físicos, mentais e psicológicos.

Os acupuntores afirmam, com base nas suas aplicações práticas quotidianas, que a teoria dos meridianos oferece uma eficácia clínica de substancial reparo. Os meus pacientes testemunham por vezes a existência de uma sensação ao longo dum trajeto correspondente precisamente a um meridiano.

Corresponderão os meridianos a uma simples ferramenta mnemotécnica sintetizando observações relevantes de diferentes sistemas fisiológiocos? Ou constituirão eles um sistema distinto e real que ainda escapa aos conhecimentos da ciência actual?

Esta pergunta esteve em aberto até perto de 2005….

Em Abril de 2005, cientistas e pesquisadores alemães (Schlebusch K.-P., Maric-Oehler W., Popp F.-A (2005), Journal of Alternative Complementary Medicine) conseguiram, com recurso a uma câmara termográfica com difusão infravermelha, fotografar os meridianos!

Eles usaram a técnica de moxabustão para estimular o meridiano da bexiga. O trajeto ao longo das pernas pode então ser fotografado com os infravermelhos, pois a difusão térmica do corpo aumentou precisamente ao longo do meridiano. Estas descobertas não só confirmaram a existência dos meridianos, como também abrem uma janela sobre a compreensão científica das transferências de energia no corpo humano.

Os pesquisadores explicam estes resultados pelo facto que os organismos vivos estão em permanência com uma leve actividade eléctrica…

Ver foto corpo a cores:

E os pontos dos meridianos? Os chamados tsubos?

Os pontos de acupuntura constituem a porta de entrada que permite o acesso á energia dos meridianos. É pela via da estimulação dos pontos, mas não exclusivamente, que o terapeuta de shiatsu actua sobre a circulação da energia, visando reforçá-la nos locais onde está em falta e dispersá-la naqueles em que se encontra em excesso.

A questão da localização dos pontos e da sua existência anatómica intriga desde há muito tempo. Porque razão o estímulo de um ponto localizado sobre um dedo do pé – repertoriado nos livros clássicos chineses como tendo incidência sobre a visão – activa efectivamente a zona visual occipital do córtex cerebral, como o demonstraram experiências apoiadas em aparelhos de imagem numérica?

Em 1950, no Japão, Yoshio Nakatani, foi o 1º a descobrir que a conductividade eléctrica dos pontos de acupuntura era maior que a dos tecidos adjacentes. As pesquisas subsequentes, entre as quais as de Pruna Ionescu-Tirgoviste, em 1990, permitiram não só confirmar esta hipótese, como descobrir outros fenómenos eléctricos específicos a esses pontos.

Um outro pesquisador, Serge Marchand, demonstrou o efeito analgésico da electro-estimulação dos pontos distais (pontos distantes da zona a tratar com repercussões sobre esta, usados quando a zona a tratar está muito dorida e não permite o toque directo pelo terapeuta sobre os pontos da zona em causa), reforçando a ideia de uma ligação entre o sistema nervoso e a localização dos pontos.

Por fim, Hélène Langevin observou que a densidade do tecido conjuntivo intersticial da derme e dos músculos é mais elevada nos pontos de acupuntura.

Outros cientistas encontraram que a “pressão parcial de oxigénio” (“préssion partielle d’oxygène”) é superior acima dos pontos de acupuntura do que acima de outros pontos escolhidos aleatoriamente.

Ver foto do pulso:

Existem então fundamentos fisiológicos que nos permitem explicar os mecanismos escondidos por detrás das observações e das deduções empíricas que os Chineses fizeram 5.000 anos atrás….

Para concluir, e apesar dos enormes passos da ciência, ainda sabemos muito pouco sobre o funcionamento do corpo humano. O interesse das práticas ditas “tradicionais” reside talvez na possibilidade de aceder a um real saber prático, cuja eficácia foi testada durante vários séculos, sem ter de aguardar por uma validação científica, a qual talvez nunca venha a ser realizada…

(Nota: as partes científicas do texto são extraídas e traduzidas de um artigo de um colega francês disponível no seguinte link www.germainchamot.com /2014/04/les-meridiens-de-la-medecine-chinoise.html#more)

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